Medidas de compensação social, de inclusão e de incentivos financeiros actuando no sentido de diminuir as desvantagens socio económicas e facilitem o retorno ao sistema de educação/ formação, incluindo o mecanismo de validação, reconhecimento e certificação de conhecimentos adquiridos formal e /ou informalmente.
Integração Jovens NEET
REINTEGRAÇÃO DA POPULAÇÃO NEET NO MERCADO DE TRABALHO E NO SISTEMA DE ENSINO (R-NEET)
Integração Jovens NEET 
Estou a desenvolver uma tese de mestrado sobre os jovens neet em Portugal. Tarefa complicada uma vez que o tema não tem sido objecto de grandes estudos. Interessam-me, por isso, todos as publicações ou estatísticas sobre esta temática. Podem ajudar?
Passar um período prolongado fora do mercado de trabalho e da educação traz resultados sociais negativos: isolamento; desafecto; elevado risco de problemas de saúde; marginalização política e extremismos; estilo de vida anti-social. A cada um destes resultados corresponde um custo e, portanto, sendo NEET não é apenas um problema para o indivíduo, mas também para as sociedades e as economias como um todo. Gostaria de retomar aqui algumas das recomendações de um estudo do Parlamento Europeu sobre o abandono escolar precoce que é, podemos afirmar, “meio caminho andado” para um jovem se tornar NEET.
Estudos mostram que as abordagens que são baseadas numa verdadeira cooperação entre diferentes entidades e especialistas a nível nacional, regional, local e escolar contribuem para a redução o fenómeno.
Estas abordagens de cooperação multidisciplinares podem garantir que diferentes stakeholders estão envolvidos tanto na concepção como na implementação de políticas e programas, permitindo a adopção do jovem como “um todo”, permitindo avaliar o conjunto dos factores contribuem para e influenciam o fenómeno. Tal cooperação deve incluir, além das autoridades de educação, organizações de juventude, serviços sociais, de saúde e emprego, também os parceiros sociais, os pais, ONGs, e os próprios jovens.
Para tal cooperação funcionar e ter um impacto sustentado, deve ser incorporada nas práticas de trabalho das entidades que trabalham com jovens, em vez do que ser um “add-on”, gerado pela actividade de projecto.
Coloque-se a ênfase a longo prazo na prevenção e intervenção precoce, muito embora seja sempre necessária uma combinação de medidas de prevenção e de reintegração. A prevenção pode revelar-se especialmente eficaz (também em termos de custos) e as intervenções precoces são importantes porque a reintegração pode tornar-se gradualmente mais difícil à medida que o período de desinteresse aumenta.
Assegure-se que as políticas em matéria de AEP são determinadas pelas necessidades dos jovens e não por necessidades institucionais ou do sistema; as necessidades dos jovens devem estar no centro da visão comum respeitante à forma de combater o fenómeno. Para esse efeito, cumpre assegurar, por exemplo, que os jovens e as organizações/profissionais que trabalham com jovens em risco são devidamente consultados a respeito das políticas que os afectam.
Considera-se fundamental assegurar um maior envolvimento dos pais no processo educativo. Importa partilhar com as escolas os métodos e instrumentos utilizados para envolver os pais de alunos em risco e sensibilizá-los para a importância da educação
Deve garantir-se que os decisores políticos e outros estão cientes dos custos e das consequências do problema; demasiadas vezes, a “exclusão da educação” anda a par de outros tipos de exclusão (por exemplo, exclusão social, problemas de saúde, envolvimento em actividades criminosas, inactividade, desemprego).
Um outro aspecto fundamental prende-se com a coordenação do processo. Pondere-se a possibilidade de atribuir a responsabilidade global pela coordenação do trabalho a uma única entidade. No entanto, esse “coordenador” deve comprometer-se a colaborar com as autoridades nos domínios da educação, juventude, serviços sociais, saúde e emprego, e também com os parceiros sociais, os pais, as ONG, o sector da juventude e os próprios jovens.
Nos casos em que o trabalho interinstitucional e multidisciplinar ainda não está implementado, convém disponibilizar tempo e dinheiro no sentido de assegurar que a abordagem colaborativa está integrada na prática corrente (e não em projectos individuais).
Uma vez na situação de NEET, os esforços necessários para atrair estes jovens à escola e à formação devem ser bem desenhados e adequados. Nos países com o chamado sistema dual, a taxa NEET e de desemprego jovem são baixas. Portanto, os cursos tecnológicos combinado com aprendizagem nos locais de trabalho poderão ser eficazes, atraindo jovens NEET para a escola e obter novas qualificações práticas.